Após registrar queda em agosto, a inflação oficial brasileira apresentou um aumento de 0,48% em setembro, impulsionada principalmente pela alta nos preços da energia elétrica. Os dados, divulgados recentemente, revelam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 5,17% nos últimos 12 meses, superando a meta estabelecida pelo governo, cujo limite máximo é de 4,5%.
O grupo Habitação exerceu a maior pressão inflacionária, com um aumento expressivo de 2,97%, impactando o IPCA em 0,45 ponto percentual. Dentro deste grupo, o destaque negativo foi a energia elétrica residencial, que reverteu a queda de 4,21% em agosto e saltou para um aumento de 10,31% em setembro. Este subitem isolado foi responsável pelo maior impacto individual na inflação do mês, com 0,41 ponto percentual. A expansão observada na habitação é a mais significativa para meses de setembro desde 1995, quando atingiu 4,51%.
A elevação nos preços da energia elétrica é atribuída, em grande parte, ao fim do Bônus Itaipu, um desconto concedido em agosto a milhões de consumidores. Com o fim do bônus, as faturas apresentaram um valor mais elevado em comparação com o mês anterior. Além disso, a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona um custo extra por cada 100 Kwh consumidos, também contribuiu para o aumento.
Apesar da retomada da inflação em setembro, o grupo Alimentação e Bebidas apresentou o quarto mês consecutivo de recuo nos preços, com uma queda de 0,26%. Alguns itens se destacaram com reduções significativas, como tomate, cebola, alho, batata-inglesa e arroz. Nos últimos quatro meses, o grupo acumula uma queda de 1,17%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação no mês: Habitação, Vestuário e Despesas Pessoais.
O índice de difusão, que mede o espalhamento da inflação, recuou de 57% em agosto para 52% em setembro. Isso indica que pouco mais da metade dos preços dos 377 produtos e serviços pesquisados registraram aumento no último mês.
A análise da inflação por grupos revela que os serviços apresentaram uma variação de 0,13%, enquanto os preços monitorados, controlados pelo governo, tiveram um aumento de 1,87%.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

