Enquanto o Brasil mantém uma postura de não classificar o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas, Argentina e Paraguai adotam uma abordagem oposta, endurecendo suas leis contra as facções criminosas. Os dois países vizinhos anunciaram, nesta semana, a implementação de medidas formais para enquadrar os grupos de origem brasileira sob suas respectivas legislações antiterrorismo, justificando a decisão com base na natureza transnacional dos crimes cometidos e na crescente ameaça que representam para a segurança regional.
Na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, confirmou a inclusão do CV e do PCC no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet). Essa medida implica o reconhecimento formal das facções como organizações narcoterroristas, permitindo às autoridades argentinas o bloqueio de bens, o rastreamento de fluxos financeiros e a cooperação direta com outros países no combate a crimes transfronteiriços.
Bullrich esclareceu que as facções já estão listadas no registro há aproximadamente um mês, e que a atualização pública está em andamento. Ela também informou que 39 cidadãos brasileiros estão presos na Argentina, incluindo indivíduos ligados ao CV (cinco) e ao PCC (sete ou oito), todos sob vigilância especial para prevenir qualquer tipo de articulação interna. O ministro da Defesa argentino, Luis Petri, defendeu o emprego das Forças Armadas na proteção das fronteiras, enfatizando a necessidade de utilizar todos os recursos do Estado para impedir a entrada de criminosos no país.
No Paraguai, o ministro do Interior, Enrique Riera, confirmou que o país classificará oficialmente o CV e o PCC como organizações terroristas. A decisão será formalizada por meio de uma resolução do Poder Executivo. “Esta declaração facilita o nosso trabalho. Se forem presos aqui, as penas por terrorismo são substancialmente maiores do que as penas por crimes comuns”, afirmou Riera.
A medida paraguaia faz parte de uma estratégia de cooperação regional de segurança, motivada pela expansão das facções criminosas na região de fronteira. O PCC mantém uma forte presença em Pedro Juan Caballero, enquanto o Comando Vermelho tenta expandir sua influência na região do Alto Paraná, próxima ao território brasileiro. A nova classificação permitirá ao governo paraguaio acionar mecanismos internacionais de controle financeiro e judicial, com o objetivo de desmantelar as redes criminosas.
Fonte: www.conexaopolitica.com.br

