O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu nesta quinta-feira (14) às declarações do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que classificou o Brasil como um “péssimo parceiro comercial” e voltou a defender Jair Bolsonaro (PL). Durante evento em Pernambuco, Lula afirmou que o Brasil não ficará “de joelhos” para Washington e negou que o país seja um mau parceiro dos norte-americanos.
“É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. O Brasil é bom, só não vai andar de joelho para o governo americano”, disse.
Trump, em conversa com jornalistas na Casa Branca, acusou o Brasil de cobrar tarifas muito superiores às praticadas pelos EUA e justificou a imposição de tarifas de 50% a produtos latino-americanos. Ele também classificou o processo contra Bolsonaro como “execução política”.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil registra déficit na balança comercial com os EUA desde 2009. Em 2024, o saldo negativo superou US$ 28 bilhões.
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) informou que 48% das exportações dos EUA para o Brasil chegam sem imposto e outros 15% têm taxação de até 2%. Embora a tarifa média brasileira para importações globais seja de 12,4%, o imposto médio efetivo para produtos americanos é de 2,7%, devido a regimes aduaneiros especiais.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e o principal destino de bens manufaturados brasileiros de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças e máquinas. Entre janeiro e junho de 2025, os principais produtos exportados foram:
- Óleos brutos de petróleo — US$ 2,37 bilhões
- Produtos semimanufaturados de ferro/aço — US$ 1,49 bilhão
- Café não torrado — US$ 1,16 bilhão
- Carnes bovinas congeladas — US$ 737,8 milhões
- Ferro-gusa — US$ 683,6 milhões
- Celulose — US$ 668,6 milhões
- Óleos combustíveis — US$ 610,2 milhões
Sobre Bolsonaro, Lula afirmou que a “democracia está julgando” o ex-presidente e comparou o episódio da invasão do Capitólio à invasão ao Congresso brasileiro, dizendo que Trump também seria responsabilizado caso o ocorrido tivesse sido no Brasil.
Fonte: G1